A bola não para de rolar na Europa, mas na América do Sul o momento é de planejamento para 2014, seja entre times que estão no meio ou fim de temporada. Pois é. Devido à falta de homogeneidade nos calendários, temos campeonatos nacionais chegando à metade na Venezuela, Bolívia, Chile e Uruguai e temporadas terminadas na Colômbia, Equador, Paraguai e Peru. Nesta semana vamos relembrar a situação de quem já encerrou o ano futebolístico de 2013.
Campeonato Colombiano
Campeão: Atlético Nacional (Apertura, Finalización e da temporada)
Copa: Atlético Nacional
Classificados à Libertadores: Atlético Nacional, Deportivo Cali e Santa Fe
Sul-Americana: Atlético Nacional, Itagüí, Millonarios e mais um representante a ser definido
Surpresa: Itagüí, que mesmo sem um dos maiores orçamentos disputou os dois títulos do ano e ainda chegou a mais uma Copa Sul-Americana
Decepção: Millonarios, que ganhou o Finalización do ano passado, mas que fez feio na Libertadores e não lutou pelo título de forma sólida em nenhum momento.
O resumo da temporada mostra claramente o domínio do Atlético Nacional. Com uma abordagem de futebol de resultados que em nada se identifica com a história prolífica do clube, os comandados de Juan Carlos Osorio terminaram o Apertura na segunda posição e venceram o Santa Fe na final após passarem sem sustos pelos quadrangulares. No segundo semestre, mesmo em meio à disputa da Copa Sul-Americana, o Verdolaga conseguiu domínio absoluto na fase de grupos e playoffs. Se a eliminação para o São Paulo decepcionou alguns fãs, a conquista da Copa Colômbia e desenvolvimento de jovens atletas como Shermán Cardenas e Stefan Medina compensaram as perdas. No mais, o Santa Fe mostrou consistência para emendar duas boas temporadas, algo que não acontecia há muito, enquanto o Deportivo Cali retornou à Libertadores depois de sete anos de ausência.
Campeonato Equatoriano
Campeão: Emelec, que venceu turno e returno da competição
Libertadores: Emelec, Independiente del Valle e Deportivo Quito
Sul-Americana: Emelec, Independiente del Valle, Universidad Católica e Barcelona
Surpresa: A Universidad Católica que, vinda da segunda divisão do Equador, liderou a maior parte do Segunda Etapa e chegou à Copa Sul-Americana.
Decepção: O Barcelona que, depois de ficar com o título em 2012, terminou este ano com apenas a quinta melhor campanha.
O crescimento do Emelec no cenário nacional e continental precisava de um título para ficar marcado na história. E ele veio em 2013 com a conquista sem sustos dos dois turnos do campeonato. Dirigido por Gustavo Quinteros, que trocou a Bolívia pelo clube eléctrico, e contando com uma boa situação econômica (é patrocinado pela PDVSA da Venezuela e tem o presidente do país como torcedor mais ilustre) o clube voltou a vencer um troféu nacional, algo que não ocorria desde 2002. Figuras como Gaibor, Enner Valencia, Stracqualursi e Marlon de Jesús se destacaram na campanha e agora a expectativa é de bom desempenho em nível continental. Entre os outros times equatorianos o rival de Guaiaquil, o Barcelona, teve um ano terrível que começou na Libertadores, enquanto a LDU decidiu colocar fim ao trabalho de Edgardo Bauza, que estava no clube desde 2010. Além das surpresas Universidad Católica e Independiente del Valle, a presença do Deportivo Quito na Libertadores também chama a atenção. Os jogadores do clube chegaram a não se concentrar por causa dos atrasos nos salários mas, em meio à ameaças da diretoria, mantiveram o profissionalismo.
Campeonato Paraguaio
Campeões: Nacional (Apertura) e Cerro Porteño (Clausura)
Libertadores: Cerro Porteño, Nacional e Guaraní
Sul-Americana: Cerro Porteño, Libertad, Deportivo Capiatá, General Díaz
Surpresa: O Deportivo Capiatá, que com cinco anos de existência já chega à Sul-Americana em sua primeira participação na elite
Decepção: O Olimpia, que foi vice da Libertadores, mas que não jogou nada de futebol no segundo semestre.

A temporada 2013 não foi das mais emocionantes no Paraguai. Pelo menos no que se refere à briga por títulos. No primeiro semestre, enquanto Cerro, Olimpia e Libertad se digladiavam na Libertadores, o Nacional nadava de braçada no Apertura. O clube assumiu a liderança na rodada seis e, capitaneado pelo jovem técnico Gustavo Morínigo e com gols de Julian Benítez, não largou mais até o fim do torneio. Já no segundo semestre o Cerro Porteño repaginado e ofensivo de Francisco Arce conseguiu a primeira posição na segunda semana de campeonato e também foi assim até o final. Além do trabalho de El Chiqui, os desempenhos de Matias Corujo, Juio dos Santos, Beltrán e Ortigoza (aquele) foram essenciais para o título cerrista. Já o Olimpia, envolto em crise financeira, processos de jogadores e disputas políticas, nada fez nos dois torneios e em 2014 sequer disputará a Sul-Americana. O Libertad, por sua vez, fez uma reformulação completa em seus quadros, tirando todos os jogadores experientes e de alto salário – casos de Eguren, Mendieta, Guiñazu e Velázquez – para dar chance a jovens da melhor cantera paraguaia. A tendência é de que esta seja a aposta para os próximos anos. Em 2014 o clube não participará da Libertadores pela primeira vez desde 2002.
Campeonato Peruano
Campeão: Universitario de Deportes
Libertadores: Universitario, Real Garcilaso e Sporting Cristal
Sul-Americana: Alianza Lima, Universidad César Vallejo, UT de Cajamarca e Inti Gas
Surpresa: UT de Cajamarca, dono de uma das vagas na Sul-Americana em seu retorno à elite e com todos os méritos de aguentar uma boa campanha em 44 rodadas
Decepção: Juan Aurich, que teve um péssimo ano e apostas infrutíferas em treinadores, incluindo Bakero, ex-jogador da Espanha.
A fórmula do campeonato peruano é cruel. Não pelo fato de se estender durante todo o ano, mas sim porque as 44 rodadas de pontos corridos levam dois times a…. um mata-mata! Ou seja, ótimas campanhas e regularidade podem ser pulverizadas em um jogo ruim. Foi mais ou menos o que ocorreu com Real Garcilaso e Universitario. Na primeira etapa de 30 rodadas o Real Garcilaso conseguiu administrar a disputa em paralelo com a Libertadores e encerrou com a primeira posição, seguido pelo Universitario. Já na segunda etapa – mais 14 jogos – o Garcilaso passou com sufoco pela Liguilla A devido à boa forma do Sporting Cristal. O Universitario, por sua vez, teve vida tranquila. No final, no entanto, a tabela mostrava o Garcilaso campeão por pontos corridos. Mas o campeonato não é assim… Na decisão o Garcilaso venceu a primeira por 3 a 2 nas proximidades de Cusco. No segundo jogo, em Lima, o Universitario fez 3 a 0, o que forçou um terceiro jogo emocionante em campo neutro. Depois do 1 a 1 no tempo normal, as penalidades decidiram o 26º título do Universitario, uma conquista que não vinha desde 2009. O destaque da campanha foi o atacante Raúl Ruidiaz, com passagens pela Universidad de Chile e pelo Coritiba. O baixinho fez 21 gols em 38 jogos e capitaneou o time à conquista. Outros bons nomes do campeonato foram o jovem atacante Irven Ávila do Sporting Cristal e o setor defensivo do Garcilaso, já consagrado na Libertadores.
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