Hallo!

Finalizando a série de equipes da Bundesliga 13/14, que, ao todo, são 18 equipes, com muita história e muita tradição no futebol nacional e internacional. Para finalizar trago uma equipe que é especial para mim.
Escudo do Borussia Dortmund

Com nome de Ballspiel-Verein Borussia 1909 e. V. Dortmund ou como é mais conhecido, Borussia Dortmund, é um dos mais tradicionais times alemães. 

Fundado em 19 de dezembro de 1909, na cidade de Dortmund, no estado da Renânia do Norte-Vestfália. A equipe foi fundada por 18 jovens amigos católicos, que se mostravam insatisfeitos com os padres da comunidade em que praticavam o futebol, pois este não costumava ser muito simpático com os atletas. Assim, resolveram fundar uma nova agremiação da forma em que lhes agradasse. A escolha do nome Borussia (Prússia em latim) foi feita pela proximidade com a região homônima.

No início de sua história, a equipe vestiu as cores azul, vermelho e preto em seu uniforme. E somente em 1913 os dirigentes adotaram o atual uniforme, o amarelo e preto. Enquanto isso, em campo, o clube não conseguia muitos resultados de peso no futebol regional. A situação ficou ainda pior no fim da década de 1920.

Com a queda na bolsa de valores de Nova York em 1929 e a crise financeira mundial, o Borussia se viu muito mal economicamente, e precisou da generosidade dos mais ricos da cidade para manter-se funcionando. E assim como diversos outros clubes alemães, tudo piorou com o regime nazista que tomou conta do país.

Vivendo na sombra do eterno rival, Schalke 04, que eram 'liderados' por Adolf Hitler, e eram a sensação na década de 30, dirigentes e integrantes do Borussia Dortmund, após se negarem a se juntar ao partido de Hitler, foram afastados, e depois, fuzilados, e foi nesse período em que se iniciou uma das maiores rivalidades mundiais, o Dérby do Ruhr.

Após passada a guerra, no ano de 1947, o BVB conquistou seu primeiro título, vencendo o rival Schalke por 3x2 na final da Copa da Westfalia. A equipe se tornou uma lenda para torcedores, e a rivalidade se aflorou de vez, pois após longos anos, o Dortmund conquistaria a região do Ruhr, onde o Schalke era soberano. Logo nos outros anos, o Borussia vinha em uma crescente constante, e conquistou três Campeonatos Alemães em 56, 57 e 63 além de uma DFB-Pokal, a Copa de Alemanha em 1965, e vários títulos regionais. No ano de 1966 a equipe foi o primeiro clube alemão a ganhar uma competição européia, vencendo o Liverpool da Inglaterra na final da Recopa Européia.

Após a primeira glória, o clube perdeu diversos jogadores, e mais uma vez em crise, uma das piores da história do clube, acabou sofrendo a queda para a segunda divisão em 71/72, e permaneceu lá até 1976, quando retornou a elíte do futebol alemão. Nessa época, o clube  construiu o mítico Westfalenstadion, seu grandioso estádio. A década de 80, trouxe apenas um título, em 1989, a equipe conquistou mais uma DFB-Pokal, vencendo o Werder Bremen por 4x1, quebrando um tabú que já durava 23 anos sem nenhum título.

Hitzfeld reergueu o clube após crise.
Os anos dourados do clube viria na década de 90. O grande feito, deve-se muito á um personagem: Ottmar Hitzfeld. Assumiu como treinador do clube 90/91, e levou a equipe ao vice do Campeonato Alemão. Dois anos depois, mais uma segunda colocação, mas da Copa da Uefa, com derrota para a Juventus. Porém, também teve conquistas, como em 95 e 96 conquistando o bi-campeonato alemão, tendo até um curto período como principal clube alemão. E no ano de 96/97, o Borussia teve a melhor temporada da história. A equipe fez excelente campanha na UEFA Champions League, e chegou a final, onde enfrentaria novamente a Juventus. Com clima de revanche, o time de Dortmund venceu os italianos por 3x1, com gol antológico de Lars Ricken. No fim do ano, ainda seria campeã mundial ao vencer o Cruzeiro por 2x0. O clube ainda investiu pesado em seu estádio, ampliando-o e construindo assim o maior estádio da Alemanha.

No novo século, o Dortmund começou bem, e venceu a Bundesliga em 01/02, mas como o sucesso havia subido a cabeça, o clube tentou repetir clubes como Real Madrid, e começou a fazer contratações excessivas, como o brasileiro Márcio Amoroso, contratado por €25 milhões de euros, algo quase impensável na época, causou crise financeira no clube, que teve de vender diversos jogadores e acabou perdendo importãncia no cenário alemão.

A partir daí, a pior crise da história do clube se instalou de vez. Em 2003, a dívida chegava aos 180 milhões de euros (R$ 476 milhões de reais). O clube teve de pensar em credores, para conseguir se reerguer, e procuraram a Roland Berger, que é uma das empresas do ramo mais reconhecidas no país. O processo tinha de passar por quatro etapas: Financeiro, gestão, operacional e estratégia. Em um curto prazo de tempo, tiveram que ajeitar isso. A dívida era muito grande, e eram mais de 20 credores, até parte do estádio tinha sido vendido e realugado.

Nas quatro etapas, a primeira era o lado financeiro. Reestruturar a dívida, diminuir os credores, fazer financiamento e novos empréstimos. Em paralelo, a parte operacional: cortar custos e diminuir salários. Isto feito, a ideia era começar a desenvolver jogadores da base do clube.


Jürgen Klopp, símbolo dos torcedores do BVB.
Tudo foi finalmente dando certo para o clube, que em 2007, foi se levantando, após vender os naming rights de seu estádio para o Signal Iduna, estádio que agora é chamado de Signal Iduna Park, ou para os aurinegros, Westfalenstadion, como antigamente. Conseguiu também um patrocínio que persiste até os dias atuais com a Evonik, o clube foi conseguindo se estabilizar e até conseguiu contratar alguns bons jogadores. E as campanhas horríveis na Bundesliga foram diminuindo, até que em 2008 tudo mudou com a chegada do ilustre Jürgen Klopp. Klopp pode ser apontado como o grande responsável por devolver o Dortmund ao patamar de gigante alemão e mundial.

Mesmo sem muita expectativa em cima de Klopp, cnseguiram um vice-campeonato da Copa da Alemanha contra o Bayern de Munique e a conquista da Supercopa da Alemanha, no mesmo ano, em cima do mesmo Bayern. A esperança estava devolvida aos fãs do clube. Com pouco dinheiro para contratações de peso, Klopp apostou em nomes como os jovens Robert Lewandowski, Mats Hummels, Marcel Schmelzer, Shinji Kagawa e Lucas Barrios. O time jogava um futebol de muita velocidade. Para a equipe ficar completa, veio em 2010 a promoção de uma promessa da base: Mario Götze. 

Torcedores invadem e fazem a festa no gramado.
Com Götze, Kagawa e Sahin e Lucas Barrios, na temporada 10/11 a equipe iniciou a Bundesliga de forma brilhante. Para se ter uma idéia, no primeiro turno, foram 17 jogos disputados, 46 pontos em 15 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Foi o melhor turno de um time na história da Bundesliga. Ainda terminou o turno com a melhor média de público do campeonato. A diferença, é que desta vez, o Caldeirão Amarelo teve lotação máxima em todos os jogos disputados lá. No final da temporada, levou o título da Bundesliga, que teve até invasão dos torcedores 'amarelos e pretos', choro dos jogadores, hinos do clube e tudo mais. O clube havia de vez se reerguido. Um exemplo para muitos clubes do futebol mundial.

Na temporada 2011/12 voltou a conquistar a Bundesliga, já sem Kagawa, vendido ao Manchester United, e Sahin, vendido ao Real Madrid. Veio então, o criativo, Gündogan. Jogadore de muita versátilidade no meio campo, e com a crescente evolução do atacante Lewandowski, a equipe conquistou o capeonato alemão, e também a DFB-Pokal, em cima do rival Bayern de Munique, goleando por 5x2 na final.

Tudo havia melhorado, e a equipe contratou na temporada 12/13, um jogador que havia passado pelas categorias de base do clube, o alemão Marco Reus, que havia sido o jogador do ano na última temporada jogando pelo Borussia Mönchengladbach, e também trouxe de volta por empréstimo, Sahin.

Com o time jogando bem, jogadores entrosados, Götze, Reus, Lewandowski e Gündogan, iniciaram a UEFA Champions League de forma excelente, caíndo no grupo da morte com Real Madrid, Manchester City e Ajax. A equipe se classificou de forma invicta para as oitavas de final, após ser a surpresa do grupo da morte. Nas oitavas, enfrentou a sensação da competição, o Shakhtar Donetsk da Ucrânia, e empataram fora de casa por 2x2 e se classificaram ao vencer em casa por 3x0. Nas quartas, veio o Málaga da Espanha, após o jogo de ida fora de casa ficar no 0x0, a equipe perdia o jogo de volta, em casa, por 2x1, até os 45 minutos do segundo tempo. Foi quando o fato mais bonito da história do Dortmund, para muitos, aconteceu. Com 4 minutos de acréscimos para tentar pelo menos, empatar, o Dortmund começou a jogar a bola na área, e após bate-rebate, Marco Reus empurrou para o gol, trazendo um pouco de esperança para os aurinegros. Apenas 1 minuto depois, veio a glória. Bola lançada na área, mais um bate-rebate, e o zagueiro brasileiro Felipe Santana, empurrou para o gol, em frente a Muralha Amarela, e no estádio, os aurinegros íam a delírio, com 2 gols nos acréscimos, a equipe voltava a semi-final após, 16 anos. Na semi-final, em partida histórica no Signal Iduna Park, Robert Lewandowski ficou marcado por fazer 4 gols no poderoso Real Madrid no jogo de ida, que os alemães venceram por 4x1. No jogo de volta, a primeira derrota, por 2x0, levou a equipe a final da competição, e enfrentaria o rival Bayern de Munique. A final entre os alemães, fez relembrar a frase dita por Gary Lineker: 'O futebol é jogado por 90 minutos, 11 contra 11, e no final, os alemães sempre vencem'.

Durante a brilhante temporada, uma notícia atingiu todos os aurinegros de forma negativa. A maior estrela do clube, Mario Götze iria se transferir ao Bayern de Munique, rival da final da UEFA Champions League.E em meio a má notícia e a preparação para a final da competição, torcedores faziam vídeos, mosáicos, tudo estava lindo, e no jogo final, a partida estava empatada até os 43 do segundo tempo, só que Arjen Robben, fez o gol da vitória dos Bávaros. Mesmo assim, o orgulho havia sido retomado, e a equipe ganha visão do mundo todo após a quase falência.

Mario Götze foi para o Bayern, e com os cofres cheios após a boa temporada passada, a equipe contratou Pierre-Emerick Aubameyang e o armênio Mkhitaryan, contratado por 25 milhões de euros, maior contratação da história do clube. Até agora, tem dado certo, e os dois tem ajudado o Dortmund a se manter na liderança da Bundesliga desta temporada.

Muralha Amarela no Signal Iduna Park.
Como já dito antes, o BVB manda seus jogos no Signal Iduna Park, ou Westfalenstadion como também é chamado pelos torcedores. O estádio foi construído para a Copa do Mundo de 1974, após Colônia sair da lista de cidade sede. A capacidade inicial era de 54.000 torcedores. Em 1997 após a conquista da UEFA Champions League foi mais uma vez ampliado, com capacidade para 68.800 torcedores. Com a Copa do Mundo de 2006 tendo a Alemanha como sede, o estádio foi ampliado para 83.000 lugares, sendo 67.000 assentos. Em 2005, com a turbulência financeira da equipe, foi vendido os naming rights, que são os direitos do nome do estádio para a Signal Iduna, passando a se chamar, Signal Iduna Park.

Como dito antes, o maior rival do Dortmund, é sem dúvida o Schalke 04. Política, território, e até guerras, fazem desta rivalidade a maior da Alemanha. Nas primeiras décadas, domínio dos Azuis Reais em meados das décadas de 30 e 40. O derby do Vale de Ruhr, como é chamado o clássico, tem muita história, desde os primórdios das duas equipes. A rivalidade é intensa até hoje. É Simplesmente, um campeonato à parte. É quando a cidade de Dortmund se veste de Amarelo e Preto, e perto dalí, Genlsenkirshen está toda de Azul. Vale também destacar a rivalidade entre Borussia e Bayern de Munique, que sempre protagonizaram grandes jogos, e ultimamente, grandes finais. Em 2008 o Bayern faturou a DFB-Pokal, 2 anos depois, o Dortmund deu o troco. E recentemente fizeram a final da Liga dos Campeões, em que os bávaros venceram por 2x1. A rivalidade cresce em função de que as duas equipes vem ganhando tudo na Alemanha.

Lars Ricken, eterno ídolo do clube.
Entre os notáveis jogadores que passaram ou que estão no clube, destacam-se: os brasileiros, Amoroso, Ewerthon, Dedé e Felipe Santana, e os alemães Matthias Sammer e Andreas Möller.

Vários jogadores tem status de ídolo do clube. Só que, Lars Ricken destaca-se, por fazer um gol antológico diante da Juventus, na final da UCL de 96/97. Este talvez seja o maior ídolo da história do Borussia, tanto que foi o único clube em que ele atuou durante toda a carreira.

Entre os mais atuais que já deixaram o clube, Lucas Barrios, Shinji Kagawa, que quase sempre tem seu nome ligado à uma possível volta para o clube aurinegro e também Mario Götze, que divide opiniões entre os torcedores.

Ottmar Hitzfeld e Jürgen Klopp são os dois maiores técnicos do clube, já que cada um resgatou o prestígio da equipe em meio a crises financeiras. Quando Klopp chegou, a crise era pior, e até pelo fato de estar até hoje no comando da equipe, faz os torcedores idolatrarem o técnico alemão.

Na nova safra, Gündogan, Reus, Lewandowski, Sahin, Subotic, Kehl, Piszczek, Weidenfeller e Mats Hummels, são todos ídolos dos torcedores aurinegros.
 
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